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da Folha Online
O ex-chefe do Terceiro Corpo do Exército argentino Luciano Benjamín Menéndez recebeu nesta sexta-feira uma nova condenação à prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a última ditadura no país (1976-1983). O Tribunal Oral Federal 1 da Província de Córdoba também condenou à prisão perpétua o ex-coronel Rodolfo Aníbal Campos e os ex-policiais Hugo Cayetano e Armando Cesar Britos Cejas, como resultado do julgamento iniciado em outubro passado.
Os juízes também condenaram o ex-policial Miguel Angel Gomez a 16 anos de prisão por sequestro e tortura, enquanto o ex-policial Calixto Luis Flores foi absolvido pelo tribunal.
Este foi a terceira sentença de prisão perpétua de Menendez, de 82 anos, conhecido como "A hiena de La Perla" e "Cachorro". Os juízes também decidiram revogar o benefício de prisão domiciliar do ex-general, indicando que ele deverá cumprir a nova pena em prisão comum. Ele foi considerado responsável pelos crimes de "privação ilegal da liberdade, lesões gravíssimas, a imposição de tortura e homicídio".
Em sua alegação final, antes da sentença, o militar reivindicou a repressão da ditadura e disse que "os guerrilheiros [que afirmou enfrentar nos anos 70] estão [agora] no governo ocupando postos sob uma pele de cordeiro".
"A intenção dos guerrilheiros no poder é matar os pássaros com um só tiro: desprestigiar a justiça e desprestigiar as Forças Armadas", declarou, referindo-se ao incentivo dado pela presidente argentina, Cristina Kirchner, e por seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, aos julgamentos por violações dos direitos humanos contra membros da ditadura.
O tribunal condenou-o por sequestro, tortura e assassinato do subcomissário Ricardo Fermín Albareda em 1979, e pela ilegítima da liberdade e tormentos aplicados contra outras dez vítimas, que sobreviveram.
Menéndez havia sido processado em 1988 por 47 casos de homicídio, 76 de tortura --quatro seguidas de morte--, e quatro subtrações de menores, mas foi beneficiado em 1990 por um indulto do ex-presidente Carlos Menem (1989-99).
O militar é atualmente investigado por sua participação no Plano Condor, de coordenação repressiva entre as ditaduras do Cone Sul.
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