terça-feira, 17 de maio de 2011

Major uruguaio da Operação Condor é extraditado para a Argentina

24/1/2010

unisinos

O major uruguaio Juan Manuel Cordero Piacentini foi levado ontem numa ambulância até o meio da ponte internacional que liga Uruguaiana a Paso de los Libres, onde foi entregue às autoridades argentinas. Ele é acusado pela Justiça de participar de tortura contra 32 civis (27 uruguaios e 5 argentinos), do assassinato de dez pessoas e do sequestro de um bebê.

A reportagem é de Ariel Palacios e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 24-01-2010.

Preso em 2007 no Brasil, ele teve sua extradição autorizada pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado. Alegando problemas de saúde, ele tentou permanecer no País. Nos próximos dias, o militar uruguaio, um dos principais torturadores da Operação Condor (o plano de coordenação entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 70 e 80 para a troca de informações e prisioneiros políticos), sentará no banco dos réus em Buenos Aires.

Ontem de manhã, Cordero, de 71 anos, estava internado em Santana do Livramento por problemas cardíacos. As autoridades argentinas comprometeram-se em continuar o tratamento cardíaco de Cordero em Buenos Aires. Este compromisso foi crucial para que fosse permitida a sua transferência para a Argentina.

Tudo indica que Cordero ficará na penitenciária de Marcos Paz, na província de Buenos Aires. Fontes da Interpol Argentina afirmaram que toda informação sobre o caso era "confidencial".

Segundo fontes dos tribunais em Buenos Aires, Cordero será submetido a uma bateria de exames médicos, depois dos quais o juiz federal Norberto Oyarbide, encarregado das investigações feitas no país sobre a Operação Condor, realizará o inquérito.

Cordero operava o Automotores Orletti, um centro clandestino de detenção e tortura da ditadura militar argentina (1976-83), localizado no bairro portenho de Floresta. O ponto transformou-se no principal centro da Operação Condor. Ali foram presos, torturados e assassinados civis uruguaios, chilenos, bolivianos e paraguaios, além de argentinos.

Além de Cordero, o ex-ditador argentino general Jorge Rafael Videla e o ex-torturador e oficial da Marinha Jorge "El Tigre" Acosta também estão sendo processados pelos crimes da Operação Condor.

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