20 de março de 2013
unisinos
O médico Odil Rubim Pereira, que teve acesso ao
corpo do ex-presidente João Goulart no dia do enterro na cidade gaúcha
de São Borja, na fronteira com a Argentina, disse à procuradora da
República Suzete Bragagnol que Jango (apelido do ex-chefe de Estado) já sabia que era monitorado (pelos serviços de inteligência da ditadura militar).
A reportagem é de Elder Ogliari e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 20-03-2013.
Ela e o também procurador André Raupp consultaram o médico ontem em São Borja em busca de subsídios para o inquérito civil público que investiga a morte de Goulart,
ocorrida em 6 de dezembro de 1976 em Mercedes, na Argentina. "São
informações que corroboram alguns dados já conhecidos", disse Suzete,
admitindo que não imaginava encontrar algo inédito na reunião. O médico
disse que limpou secreções do nariz de Goulart no dia do enterro, mas ressalva que isso não é suficiente para definir qual foi a causa do óbito.
As
informações que os procuradores estão colhendo nesta fase do inquérito
podem levar o Ministério Público Federal a pedir a exumação dos restos
do ex-presidente, procedimento admitido também pela Secretaria Especial
de Direitos Humanos e pela Comissão Nacional da Verdade.
Mas Suzete adverte
que ainda analisará informações da Polícia Federal para saber se os
reagentes atuais são capazes de detectar substâncias químicas usadas
naquela época. A família Goulart autoriza a exumação
desde que haja certeza de que será conclusiva. Para isso, exige
consultas prévias para saber se os peritos brasileiros têm equipamentos e
técnicas capazes de detectar o uso dos venenos capazes de provocar uma
parada cardíaca na década de 70.
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