Terça, 12 de janeiro de 2010
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-arquivadas/28861-comissao-da-verdade-nao-e-negociavel-diz-vannuchi
Após um curto período de férias na praia, o ministro Paulo Vannuchi, de Direitos Humanos, aguardava ontem um chamado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratarem do Programa de Direitos Humanos. Disposto a não causar constrangimentos políticos ao presidente, de quem é amigo desde os primórdios do PT, ele vai ao encontro disposto a negociar o que for possível no texto do documento. "Vamos nos esforçar para encontrar soluções que contemplem todos os lados", disse ele. "É hora de superar dificuldades e afastar crises."
A reprotagem é de Roldão Arruda e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 12-01-2010.
Ele pode recuar em temas como aborto, união civil de homossexuais e outros. Mas também tem seu limite: não pretende retroceder na questão da Comissão da Verdade - destinada a apurar violações de direitos humanos, cometidas por agentes do Estado na ditadura militar.
Ele deve deixar o governo, se o capítulo for suprimido ou passar por alterações substanciais. "Se for dada uma orientação não assimilável por mim, vou dizer que, nesse contexto, eu saio. Não posso ser conivente, nem me omitir", afirmou o ministro, que pegou em armas contra a ditadura, foi preso, condenado e cumpriu pena. "Não sou político de carreira, estou no governo porque fui convocado e atendi à convocação. Sou um assessor do presidente e sigo suas orientações. Se tiver de sair, tenho muitos planos para levar adiante."
Vannuchi afirma que o programa em debate é equilibrado e democrático. "Pode ser criticado, pode ter falhas e imperfeições, como toda obra humana, mas não pode ser desqualificado, como estão fazendo."
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