quinta-feira, 4 de abril de 2013

Comissão da Verdade recebe denúncia para investigar atuação de Roberto Marinho durante a ditadura

quarta-feira, 3 de abril de 2013

saraiva 

 De Carlos Newton, na Tribuna da Imprensa, ontem:

A denúncia do ex-deputado paulista Afanasio Jazadji sobre irregularidades cometidas por Roberto Marinho durante o regime militar, encaminhada inicialmente a Presidência da República, já foi recebida pela Comissão Nacional da Verdade.

O requerimento do ex-parlamentar foi acompanhado de diversos anexos, inclusive o depoimento do ex-deputado Carlos Araújo, ex-marido da presidente Dilma Rousseff, que sugeriu à Comissão da Verdade que apurasse também os atos praticados por empresários que apoiaram a ditadura e por ela foram beneficiados.

(...)
Quando o chamado ciclo militar da Revolução de 1964 estava realmente chegando ao fim, devido à convocação da eleição indireta para eleger o primeiro presidente civil em 15 de janeiro de 1985,  o jornalista Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, fez questão de publicar um revelador editorial de página inteira em seu jornal O Globo, do Rio de Janeiro, enaltecendo o regime militar e fazendo uma clara advertência àqueles que participavam do histórico movimento pela redemocratização do Brasil, como se fosse possível uma recaída ditatorial.

É claro esse apoio à ditadura e essa deliberada omissão em sua atividade jornalística renderam grandes benefícios a Roberto Marinho, em especial, a transferência ilegal da concessão do canal 5 de São Paulo (TV Paulista), obtida por ele mediante crimes societários até confessados em juízo pelos próprios advogados da TV Globo, quando já estavam prescritos, é claro.

Depois de 12 anos de funcionamento irregular, de 1965 a 1977, com a concessão ainda em nome dos legítimos controladores da TV Paulista, as autoridades do regime militar fecharam os olhos e aceitaram como legal uma Assembleia Geral Extraordinária totalmente irregular, presidida pelo próprio Roberto Marinho e com o claro objetivo de excluir da sociedade os seus 673 acionistas fundadores, como registrado em ata fraudada, mas aceita pelo regime militar como boa, normal. [íntegra aqui]

 

 

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