Comissão da Verdade recebe denúncia para investigar atuação de Roberto Marinho durante a ditadura
A denúncia do ex-deputado paulista Afanasio Jazadji sobre
irregularidades cometidas por Roberto Marinho durante o regime militar,
encaminhada inicialmente a Presidência da República, já foi recebida
pela Comissão Nacional da Verdade.
O requerimento do ex-parlamentar foi acompanhado de diversos anexos,
inclusive o depoimento do ex-deputado Carlos Araújo, ex-marido da
presidente Dilma Rousseff, que sugeriu à Comissão da Verdade que
apurasse também os atos praticados por empresários que apoiaram a
ditadura e por ela foram beneficiados.
(...)
Quando o chamado ciclo militar da Revolução de 1964 estava realmente
chegando ao fim, devido à convocação da eleição indireta para eleger o
primeiro presidente civil em 15 de janeiro de 1985, o jornalista
Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, fez questão de publicar um
revelador editorial de página inteira em seu jornal O Globo, do Rio de
Janeiro, enaltecendo o regime militar e fazendo uma clara advertência
àqueles que participavam do histórico movimento pela redemocratização do
Brasil, como se fosse possível uma recaída ditatorial.
É claro esse apoio à ditadura e essa deliberada omissão em sua
atividade jornalística renderam grandes benefícios a Roberto Marinho, em
especial, a transferência ilegal da concessão do canal 5 de São Paulo
(TV Paulista), obtida por ele mediante crimes societários até
confessados em juízo pelos próprios advogados da TV Globo, quando já
estavam prescritos, é claro.
Depois de 12 anos de funcionamento irregular, de 1965 a 1977, com a
concessão ainda em nome dos legítimos controladores da TV Paulista, as
autoridades do regime militar fecharam os olhos e aceitaram como legal
uma Assembleia Geral Extraordinária totalmente irregular, presidida pelo
próprio Roberto Marinho e com o claro objetivo de excluir da sociedade
os seus 673 acionistas fundadores, como registrado em ata fraudada, mas
aceita pelo regime militar como boa, normal. [íntegra aqui]
Postado por
Antônio Mello
às
13:31
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